terça-feira, 21 de outubro de 2014

Proporcionar à espécie um futuro – Medidas de conservação


Está ser implementado na Península Ibérica um conjunto de medidas de conservação integradas em programas delineados para recuperar a espécie tanto em território espanhol como nacional.

Em Espanha quer-se que o lince-ibérico volte a ser uma peça funcional do matagal mediterrânico.

Em Portugal, o objetivo principal é a concretização da conservação da espécie no país - revertendo a tendência de declínio populacional e promovendo a reocupação dos locais de presença histórica – contribuindo para viabilidade da espécie no contexto ibérico.

Evolução histórica e situação atual da abundância e área de distribuição do lince-ibérico

A espécie esteve presente em praticamente toda a Península Ibérica .Desde então e até à atualidade a área de distribuição da espécie foi reduzida.

As únicas populações de lince ocorrem em território Espanhol, onde lhe foi atribuído o estatuto de “Em Perigo”. Calcula-se que em 2009 a abundância da espécie não fosse superior a 220-225 animais

Em Portugal a espécie terá deixado de estar presente no Norte e centro do país no início do século XX e terá sido nos anos 40 que a sua abundância sofreu uma diminuição drástica a sul.

As causas do declínio populacional e da regressão da área de ocorrência da espécie são várias, mas relacionam-se sobretudo com a diminuição das populações de coelho-bravo e a perda de habitat.

Identificação


O lince-ibérico é o felino mais ameaçado do Mundo. Porém, graças projetos que pretendem salvar este animal parece estar-se a iniciar a sua recuperação.

O lince-ibérico, Lynx pardinus, é uma espécie de carnívoro, que inclui animais de grandes dimensões como o leão mas que inclui também animais de menores dimensões, como os gatos.

O lince-ibérico trata-se de um animal de dimensões médias, cujo comprimento varia entre 90cm e 120cm e que pesa 9-10Kg, no caso das fêmeas, e 12-14Kg no caso dos machos. Possui uma cabeça pequena em proporção com o corpo.

O lince-ibérico vive apenas na Península Ibérica onde habita zonas que combinam áreas com arbustos, onde encontra abrigo, e áreas mais abertas – que lhe proporcionam alimento. Evita zonas com maior influência humana como as plantações industriais, os campos agrícolas, as áreas urbanizadas ou as imediações de estradas.

Trata-se de uma espécie solitária - os machos e fêmeas adultos só contactam na época de acasalamento – e territorial – os machos adultos ocupam áreas exclusivas que defendem uns dos outros, tal como acontece com as fêmeas. No entanto, os territórios de machos e fêmeas podem sobrepor-se.

À semelhança da maioria dos outros carnívoros presentes na Península Ibérica, o período de atividade do lince inicia-se com o anoitecer. Alimenta-se maioritariamente de coelho-bravo - um lince adulto necessita de ingerir diariamente o equivalente a um coelho-bravo. Em áreas ou em alturas em que a abundância de coelho é baixa, o lince caça também outros tipos de presas, como roedores.

A época de reprodução do lince tem um pico entre Dezembro e Janeiro. Começam a acompanhar a mãe nas suas deslocações diárias até atingirem 1-2 anos de idade, depois abandonam a progenitora e iniciam a procura do seu próprio território.